13 de outubro de 2014

Casamentos por encomenda


Já sabem os fiéis leitores que à segunda-feira trago-vos “estórias” relacionadas com desporto, mas hoje começo por dizer-vos que este sábado fui a um casamento (*).

Mas o que é que uma coisa tem a ver com outra? É que a memória é uma coisa fantástica e eu lembrei-me que o futebol português já teve uma fase (alguns anos) em que os “casamentos” tinham um papel determinante na construção dos plantéis.

Há mais de 30 anos havia uma regra na Europa que limitava o número de estrangeiros por equipa. Em Portugal, o país do desenrascanço, logo se descobriu como ultrapassar esse obstáculo.

Estávamos em 1982/83 e, ao que conta a lenda, foi o Sporting que inaugurou o “estratagema” quando contratou dois estrangeiros para o plantel principal numa altura em que já tinha as vagas preenchidas: Bukovac e Kostov, búlgaros de nascimento, chegaram a Portugal pela mão de João Rocha, presidente dos leões na altura, e logo casaram com duas jovens portuguesas de gema, alegadamente sem as chegarem a ver.

Confesso que não tenho memória suficiente para dizer se os dois rapazes foram ou não mais-valias no plantel de Alvalade mas, certo, é que ficaram na história do Sporting e do futebol português. Terão sido os primeiros a ter “casamentos arranjados”.

A partir daí todos os clubes nacionais seguiram este exemplo. O “truque” durou muitos anos e só terá terminado com a chamada “lei Bosman”, de que, provavelmente, vos falarei um dia destes.

(*) a cerimónia foi bonita, o dia correu muito bem e a noiva estava linda :-)

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