21 de agosto de 2014

Mudança de estado na Era Digital


Não sei se já repararam, mas isto de andarmos todos ligados à Net, está a fazer com que, paradoxalmente, tenhamos uma vida social cada vez mais solitária. Vejo pessoas a sairem juntas em que o tempo que estão fisicamente próximas passam-no “isoladas” ao telemóvel com outros, nomeadamente no Facebook. E aproveitam quando estão fisicamente sozinhas para comunicar virtualmente o quanto são felizes em sociedade.
Outra coisa que está a acontecer é que as redes sociais estão até a mudar a forma como se vivem as separações ou divórcios. Há uns anos um tipo fazia as malas, pirava-se de casa (ou punham-lhe as malas à porta, consoante o caso) e ia à sua vida. “Adeus!”. E podiam passar anos sem se ver nem saber um do outro. Era mais fácil desfazer o elo.
Agora? Agora, como dizia há tempos um tipo que li no “Telegraph” (sim, eu leio o “Telegraph”, mas não é por snobeira… é em trabalho) “as nossas vidas digitais estão tão interligadas que se torna quase impossível até romper de vez com a nossa ‘ex’!”. E é bem capaz de ser verdade.
Mais cedo ou mais tarde, haverá um ex-namorado que tem pelo menos a curiosidade de saber onde anda a miúda com quem andou, nem que tenha sido uns meses. E ela a mesma coisa. E não sou eu quem o diz. São uns tipos de uma Universidade americana, que viram que há quase 9 em cada 10 pessoas a ir ver regularmente “por onde andam” os ex-companheiros. Eu acho que é masoquismo, mas isso sou eu. Estou nos outros 10% que não querem nem saber.
Ainda assim, a confirmar-se isto, digamos que a velha máxima do “partir para outra” está cada vez mais complicado. E mesmo a palavra “romper”, será que ainda faz sentido? Sou se nos tornarmos eremitas digitais.

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