29 de agosto de 2014

Isto não é uma pausa publicitária

Desde a adolescência que o meu interesse pelos produtos de beleza se concentrou na publicidade. Escusam de disfarçar mais: há uma geração inteira que pode recordar a importância que os sabonetes Lux ou os champôs Fá e Tahiti tiveram - mesmo que nunca tenhamos conseguido fixar-lhes os nomes, porque fixados noutras relevâncias. E muito antes de uma rapariga gritar "oh sim" e afugentar a passarada. Been there.

Fixações à parte, continuamos a ler com mais interesse as primeiras 20 páginas de anúncios a perfumes e cremes reafirmantes que abrem qualquer revista feminina do que o editorial que se lhes segue. Não é por mal ou desinteresse jornalístico, é apenas uma curiosidade antropológica. 

Já aqui se defendeu a publicidade sazonal, que nos recorda a fruta da época no tempo certo, já aqui se falou da tonificação recatada que o verão pede. Mas o que aqui ainda não se tinha feito era o elogio da tonificação certa em anúncios publicitários de época. E como agosto ficou a gosto para o fim do mês, tomemos um protetor solar para desproteger mais um anúncio que faz as nossas delícias. A nossa sorte, em relação à adolescência, é que, neste caso, podemos nomear Cláudia, 36 anos, portuguesa de Lisboa, a dizer-nos que o sol é sublime quando se protege a pele assim. Não sabemos se protege, mas os olhos agradecem.


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