O lobo mau entra na história do Capuchinho Vermelho e, hoje,
na época do politicamente correto, o caçador - que outras vezes é um lenhador -
consegue evitar que ele coma a avózinha e afugenta-o, sem o matar, para nunca
mais voltar. A bruxa má continua a ser a bruxa má, mas os pormenores escabrosos
de mortes e corações de javali e labaredas e maçãs envenenadas, são adoçados
entre uma página e outra com elipses que os papás tentam preencher conforme as
suas convicções mais ou menos sanguinárias.
Sem machado que corte a raiz a este pensamento, desde este
fim de semana que os portugueses descobriram uma versão ainda mais tenebrosa do
politicamente correto: ao lobo mau junta-se um lobo bom, variante nada bíblica
do ladrão bom e do ladrão mau (até porque no Gólgota, era de redenção que se
falava), na versão bancária do BES-bom e do BES-mau. A um deixa-se o lucro, o
outro entope-se com toxicidade, somados os dois ficam tantas dúvidas sobre como
ficarão os contribuintes portugueses.
É como se houvesse um tautau-bom e um tautau-mau: há quem
defenda a pedagogia do estalo ou da palmada no rabiosque, há quem veja virtude
numa tapinha, mas o tautau é sempre tautau. Um castigo físico - e isto diz tudo
sobre o que se vê, ouve e diz do Novo Banco: é um castigo para os que ficam,
para os que saem e para os que, nunca tendo tido relação alguma com a coisa, levam
uma palmada ou uma tapinha, apenas por serem contribuintes.
Sem machado que desbaste este pensamento (quase) único, olhemos para Alicia, 37 anos, venezuelana de Maracay e Machado de apelido, que mesmo tendo acolhido os louvores do Universo, no concurso de miss do dito em 1996, resolveu dar uma bofetada nos discursos de sonhar com a paz e querer acabar com a fome no mundo e deixou-se contemplar sem artifícios, talvez por um punhado de dólares, mas melhor contribuindo para a paz de todos nós. Não há misses boas e misses más, há misses. Mas no caso desta também miss fevereiro tivemos a sorte do resgate ter sido a favor dos contribuintes.
Sem machado que desbaste este pensamento (quase) único, olhemos para Alicia, 37 anos, venezuelana de Maracay e Machado de apelido, que mesmo tendo acolhido os louvores do Universo, no concurso de miss do dito em 1996, resolveu dar uma bofetada nos discursos de sonhar com a paz e querer acabar com a fome no mundo e deixou-se contemplar sem artifícios, talvez por um punhado de dólares, mas melhor contribuindo para a paz de todos nós. Não há misses boas e misses más, há misses. Mas no caso desta também miss fevereiro tivemos a sorte do resgate ter sido a favor dos contribuintes.
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