18 de junho de 2014

No Minho sê minhoto


Não se deixem enganar pelo aspecto arrumadinho e selectivo do prato, porque do "pequeno" tacho de Arroz de Sarrabulho sobraram apenas alguns bagos e o barro.
-Ui! Sarrabulho! Sangue e cenas...
Não, não podem estar mais enganados. Este prato é um hino à capacidade criativa de um povo de poetas. Só um artista conseguiria transformar um tacho de sangue numa peça de arte. Nada é desperdiçado e tudo é ligado com uma elegância soberba.
Este Arroz de Sarrabulho com Rojões à moda do Minho foi comido em Ponte de Lima, no Restaurante O Brasão e entrou para o meu Top10 de Melhores Refeições de Sempre. Foi recomendando por "voz amiga" e em boa hora!
O Arroz não é pesado,  os cominhos fazem-no pairar no céu da boca. A carne e os enchidos deixaram-me de sorriso nos lábios e olhos semi-cerrados. Tudo cozinhado com sapiência e paixão.
Escolhi a especialidade regional a medo. Sou um menino da cidade, "geração posta do meio" como diz o Migues Esteves Cardoso, mas arrisquei e oh se petisquei!
Bebemos um Vinho Verde Loureiro que se apresentou leve, frutado, saboroso e com bolhas que arrebitam os músculos da face.
O almoço prolongou-se e acabou no Largo de Camões... onde ficámos a ver passar os comboios, à espera que as bolhas se acalmassem.


PS: Preço por pessoa: cerca de 15 euros. Serviço familiar, simpático e muito competente. Este blogger paga a conta.

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